quinta-feira, 22 de junho de 2017

HOMOSSEXUALIDADE E ESPIRITISMO

Aposto Paulo, aos Romanos, 14:14 “Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo.”

“Desde 1973, a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento, deixando de considerar a homossexualidade como doença. No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixa de considerar a homossexualidade como um desvio sexual e, em 1999, estabelece regras para a atuação dos psicólogos em relação à questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade. No dia 17 de Maio de 1990 a Assembléia-geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação internacional de doenças. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passa a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos” – Wikypedia.

A Homossexualidade, segundo a ciência, é uma orientação afetivo-sexual normal. Sob o ponto de vista espírita, há excelentes textos que devemos conhecer e estudar para melhor compreensão do tema.

Iniciemos com Kardec com o Livro dos Espíritos, questão 200, 201 e 202:
200. Têm sexos os Espíritos
R.“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”
201. Em nossa existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?
R.“Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.”
202. Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?
R: Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.
Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens.

E na Revista Espírita de 1866, pp. 3-4, quando analisa o assunto no título “As mulheres têm uma alma?’’ afirma Kardec: O Espírito encarnado sofrendo a influência do organismo, seu caráter se modifica segundo as circunstâncias e se dobra às necessidades e aos cuidados que lhe impõem esse mesmo organismo. Essa influência não se apaga imediatamente depois da destruição do envoltório material, do mesmo modo que não se perdem instantaneamente os gostos e os hábitos terrestres; depois, pode ocorrer que o Espírito percorra uma série de existências num mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, ele possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher do qual a marca permaneceu nele. Não é senão o que ocorre a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização que a influência da matéria se apaga completamente, e com ela o caráter dos sexos. Aqueles que se apresentam a nós como homens ou como mulheres, é para lembrar a existência na qual nós os conhecemos.
 
Se essa influência repercute da vida corpórea à vida espiritual, ocorre o mesmo quando o Espírito passa da vida espiritual à vida corpórea. Numa nova encarnação, ele trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito; se for avançado, fará um homem avançado; se for atrasado, fará um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá, pois, sob essa impressão e em sua nova encarnação, conservar os gostos, as tendências e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas mulheres. (RE 1866, pp. 3-4).

O pensamento de Kardec não deixa nenhuma margem à dúvida: “assim se explicam certas anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas mulheres”. Ora, se fala em “anomalias aparentes” é porque ele, Kardec, admite tais situações como dentro da normalidade, o que em outras palavras, poderíamos dizer como coisas completamente naturais.

Também os espíritos André Luiz e Emmanuel nos direciona o pensamento e a reflexão para o respeito, acolhimento e inclusão da pessoa homossexual, entendendo a homossexualidade como uma condição evolutiva natural decorrente de múltiplos fatores, sempre individuais para cada espírito, construída ou escolhida pelo espírito, em função de tarefas específicas ou provas redentoras, incluindo aí as condições expiativas e reeducativas devidas a abusos afetivo-sexuais no passado, que parecem ser a causa determinante da maior parte das condições homossexuais, segundo a literatura espírita.

Emmanuel nos esclarece a respeito dessa realidade no livro Vida e Sexo, cap.21: A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.
Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais.
A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência.
A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta. A face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou vice versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias. Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.
O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.
Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.
Sintetiza Emmanuel, na introdução do livro Vida e Sexo: “(...) em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um”.

E complementa André Luiz, no livro Sexo e destino –  Cap. 5:
 “(...) no mundo porvindouro os irmãos reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças achacadas, há séculos, contra aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver, sob o sol que a Bondade Divina acendeu em benefício de todos.”

Entendemos que em relação à abstinência, pode ser uma etapa necessária em certos casos, para a disciplina dos impulsos íntimos, de heterossexuais e homossexuais, quando se percebam necessitados de controle do desejo e da prática sem limites. Também pode acontecer que tenham a condição de abstinência imposta pela misericórdia divina como recurso emergencial perante circunstâncias de abusos reiterados nessa área.

Diz Ermance Dufaux, no livro Unidos para o Amor: “Abstinência nem sempre é solução e pode ser apenas uma medida disciplinar sem que, necessariamente, signifique um ato educativo. Por educar devemos entender, sobretudo, a desenvoltura de qualidades íntimas capazes de nos habilitar ao trato moral seguro e proveitoso com a vida. (...) A questão da sexualidade é pessoal, intransferível, consciencial e a ética nesse campo passa por muitas e muitas adequações”.

O Espiritismo recomenda a todas as criaturas a conscientização a respeito da sacralidade do corpo físico e da sexualidade, como fonte criativa e criadora, destinada a ser fonte de prazer físico e espiritual, sobretudo de realização íntima para o ser humano, em todas as suas formas de expressão. 

Podemos compreender assim que todos os indivíduos trazem em sua intimidade a possibilidade de se sentirem atraídos e se apaixonarem por alguém, pois o encontro entre dois seres em sua intimidade profunda será sempre um encontro de alguém que carrega em si a masculinidade e feminilidade em maior ou menor grau, assim como o outro também tem dentro si a masculinidade e feminilidade em maior ou menor grau, porém isso não significa que vá ou necessite viver essa situação.  O psiquismo atende e responde ao impulso do espírito, que é assexuado, mas que cumpre programas específicos em um ou outro sexo, conforme definição anterior e necessidade evolutiva, inserido em um contexto sociocultural que o limita na percepção e expressão do que vai em sua intimidade profunda.

O Espiritismo é uma doutrina livre e libertária, compromissada com o entendimento da natureza íntima do ser humano e o progresso espiritual. Nos dá bases muito ricas de entendimento do psiquismo e da sexualidade do espírito imortal, como instrumentos divinos dados por Deus ao homem para seu aprimoramento e felicidade. Além disso, nos oferece esclarecimento a respeito das condições e situações determinadas pela liberdade do homem, que desvia esses instrumentos superiores de suas funções sagradas. Considerando-se na Criação nada existir com propósito nocivo, fescenino, imoral ou anormal, as tendências homossexuais são resultantes da própria atividade do espírito imortal, através da matéria educativa. Elas situam o ser numa faixa de prova ou de novas experiências, para despertar-lhe e desenvolver-lhe novos ensinamentos sobre a finalidade gloriosa e a felicidade da individualidade eterna. Não se trata de um equívoco da criação, porquanto, não há erro nela, apenas experimento, obrigando a novas aquisições, melhores para as manifestações da vida.

Para a Doutrina Espírita a homossexualidade é apenas um estágio evolutivo, assim como a heterossexualidade. Ser homossexual não fere as Leis Divinas e muito menos se trata de um equívoco do Criador.

É imprescindível que se extinga o preconceito e que os homossexuais tenham campo de trabalho, se dediquem ao estudo e à prática da doutrina espírita, com a mesma naturalidade de heterossexuais. Isso, para que compreendam o papel de sua condição em seu momento evolutivo e a utilizem com respeito e dignidade com vistas ao equacionamento dos dramas internos, ao cumprimento dos planos de trabalho específicos em sua proposta encarnatória e ao seu progresso pessoal, da família e da sociedade da qual faz parte, da mesma maneira como deve fazer o heterossexual.

Aos pais de uma pessoa homossexual cabe o acolhimento integral e amoroso do indivíduo, com aceitação de sua condição, que nada mais é que uma das características da personalidade. Ser homossexual não é sinônimo de ser promíscuo, inferior, afeminado (para homens) ou masculinizado (para mulheres). Simplesmente atesta que o indivíduo se realiza sexual e afetivamente no encontro entre iguais.

A pessoa homossexual deve receber a mesma instrução e educação a respeito da sexualidade que os heterossexuais, a fim de bem direcionar as suas energias e esforços no sentido da construção do afeto com quem eleja como parceiro (a). A postura na vivência da sexualidade, para homossexuais, deve ser a mesma aconselhada pelos espíritos a heterossexuais: dignidade, respeito a si mesmo e ao outro,  valorização da família, da parceria afetiva profunda e dedicação da energia sexual criativa em benefício da comunidade em que está  inserido.

O acolhimento amoroso da família é fundamental para que o indivíduo homossexual possa se aceitar, se compreender, entendendo o papel dessa condição em sua vida atual, e para que se sinta digno e responsável perante suas escolhas. A luta, para aqueles que vivem essa condição, é grande, a fim de afirmar a sua autoestima em uma sociedade que banaliza a condição sexual e vulgariza a diferença. A família é o núcleo onde se encontram corações compromissados em projetos reencarnatórios comuns, com vínculos pessoais de cada um com o passado daqueles que com eles convivem, devendo ser cada membro dessa célula da sociedade, um esteio para que o melhor do outro venha à tona, por meio da experiência amorosa.


Todas as experiências evolutivas onde estejam presentes o autorrespeito, a autoconsideração, a autovalorização e o autoamor são experiências evolutivas promotoras de progresso e evolução, pois aquele que se oferece essas condições naturalmente as estende ao outro na vida. A homossexualidade, independentemente da forma como se haja estruturado como condição evolutiva momentânea do indivíduo, pode ser vivenciada com dignidade e ser um rico campo de experimentação do afeto e construção do amor, desde que aqueles que a vivam se lembrem de que são espíritos imortais e de que a vida na matéria é tempo de plantio para a eternidade, no terreno do sentimento e das conquistas evolutivas propiciadas pelo amor, em qualquer de suas infinitas manifestações.

Os grifos e negritos são meus.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

COLONIAS E CIDADES ESPIRITUAIS

"O vácuo absoluto existe em alguma parte do Espaço universal?
R.: Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos". (O Livro dos Espíritos ­ Pergunta 36).

O tema referente a Colônias Espirituais sempre desperta o interesse geral quando é focado, seja em palestras, grupos de estudos, ou até mesmo em conversas informais sobre o assunto. Muita gente quer saber como elas são, onde estão localizadas, quais os tipos existentes, quem as habita e outras informações pertinentes. Quando se questiona o destino do ser após a morte do corpo físico, uma das maiores curiosidades que se tem é saber onde iremos viver após o nosso desencarne, em qual região do mundo espiritual iremos morar.

O ensinamento sublime do Mestre Jesus já nos falava das muitas Moradas na casa do Pai, neste imenso universo onde habitamos. São mundos situados em diferentes níveis dimensionais, correspondentes ao adiantamento moral de seus habitantes. Isto quer dizer que, onde estejamos então, revestidos ou não pela matéria, nos situaremos em mundos correspondentes ao estado vibracional que possuirmos. Em qualquer região do mundo espiritual onde nos encontrarmos, estaremos sempre sob a guarda dos Espíritos superiores que nos ajudam, enviando ­nos sempre emissários do bem para nos guiar e nos ajudar em nossas necessidades. Até mesmo na região conhecida como Umbral existem lugares de ajuda aos desencarnados.

Estes "lugares" de ajuda são os chamados Postos de Assistência Espiritual, lugares transitórios que acolhem os espíritos resgatados do Umbral ou aqueles que para lá são enviados pelos assistentes espirituais.

Conforme esclarecimentos do Espírito Lísias contidos no livro "Nosso Lar", de André Luiz (psicografado por Chico Xavier): "O Umbral (...) começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, demorando-­se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. Ao desencarnarem então, eles permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais". Segundo ele ainda nos esclarece, "O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena".

Os que habitam mais tempo por lá são aqueles que cometeram todo o tipo de atos de violência, crueldades e desamor. Espíritos assim como nós, normais e sem um passado tão comprometedor, se passarmos por lá é somente para deixarmos alguma vibração inadequada e que poderia não só nos prejudicar, como a outros também. Nestes casos, somos levados aos postos de assistência para o reequilíbrio das energias negativas que ainda carregarmos.

E quanto às Colônias Espirituais? Qual será a destinação delas?

Na verdade, as Colônias Espirituais podem ser consideradas como cidades espirituais, onde vive por um determinado tempo a população desencarnada de nosso planeta. Os Espíritos nos dizem que elas localizam-­se nas proximidades da Terra, segundo o grau evolutivo de seus habitantes. Ou seja, bem próximas à crosta terrena, de acordo com as vibrações ainda bastante materializadas de seus habitantes, ou, mais afastadas, segundo as vibrações menos materializadas ou mais sutis que eles apresentem.

Os principais critérios para habitar-­se determinada Colônia Espiritual, segundo nos dizem eles, são o nível moral de seus habitantes e as afinidades vibracionais existentes. É lá que os Espíritos iniciam o aprendizado indispensável ao seu desligamento da matéria física. Alguns se desligam aos poucos das impressões materiais e, por esta razão, muitas delas lhes proporcionam temporariamente certas coisas que eles prezavam quando encarnados. Outros conseguem se desvencilhar com mais facilidades dos liames físico.

E como será a vida nestas colônias?

Segundo o que nos informam os amigos espirituais, a vida por lá é parecida, em muitos aspectos, com a vida que levamos por aqui. Existem atividades, estudos e lazer, assim como em nosso plano. Algumas delas dedicam­-se ao aprendizado de temas específicos, como Artes, Ciências e Música. Todas proporcionam estudo, lazer e trabalho a seus habitantes.

As Colônias foram citadas em vários artigos e livros sobre o assunto, inclusive a mais conhecida de todas, a Colônia Nosso Lar, descrita pelo Espírito André Luiz através da psicografia de Chico Xavier. Mas, além dela, existem várias outras situadas no mundo todo e no Brasil, inclusive descritas com riquezas de detalhes, precisando-­se até sua localização geográfica, com mapas e desenhos descritivos.

No Livro "Cidades no Além", onde a autora Heigorina Cunha, através de desdobramento espiritual durante o sono, e amparada pelos espíritos, visitou várias vezes a cidade espiritual Nosso Lar, esboçando desenhos sobre sua estrutura e funcionamento.

Existe uma infinidade de Colônias na Crosta Planetária, que se localizam por toda a parte do Planeta Terra. Algumas já bastante conhecidas nos meios espíritas. Cada uma apresenta uma característica específica no desenvolvimento e estudo de certos temas, ou seja, lidam mais especificamente com determinadas áreas de conhecimento, que visam ao aprimoramento do Espírito. Devemos ressaltar que o Espírito, embora desencarne em determinado País ou cidade, poderá ir para outras colônias que não aquela correlata à cidade de seu desencarne. Isso por afinidade própria, a pedido de algum familiar que possua merecimento espiritual, ou mesmo, encaminhado pela equipe espiritual que o socorreu. A permanência do Espírito numa determinada Colônia pode ser longa ou curta, segundo a necessidade que apresentem. Contudo, ele pode ter a liberdade de prestar serviço em outras Colônias, sair em operações de socorro ou rever os familiares e os lugares onde viveu.

Algumas Colônias estão tão próximas à Crosta da Terra que até se intercalam com o mundo material. Outras, em planos mais elevados que o terreno e outras mais que se localizam em planos já muitíssimos mais elevados do que o nosso. No Livro "Cidades no Além", de Heigorina Cunha, existem algumas anotações importantes feitas pelo Espírito André Luiz, que vale a pena transcrever:

"Atendendo aos ditames da reencarnação e da desencarnação, nascem na experiência física e liberam-­se dela milhares de criaturas humanas, no estado mental em que se comprazem. Quantos abordam o mundo material, através do renascimento, evidenciam­-se na condição em que se achavam, no Plano Espiritual e, consequentemente, quantos regressam ao Plano Espiritual, procedentes do mundo, lá se revelam tal qual se encontram, seja em matéria de evolução ou seja ante a contabilidade da lei de causa e efeito".

"Compreensível que os seres humanos transfiram para a Vida Espiritual, quando lhes ocorra a desencarnação, os ideais nobilitantes e as paixões deprimentes, os desgostos e as alegrias, a convicção e a descrença, os valores do entendimento e os desmandos da inteligência, o conhecimento deficitário e a ânsia de elevação de que se vejam possuídos".

"Renascendo na Terra, a personalidade espiritual permanece internada no veículo físico, cercada de testes que lhe aferem o valor alcançado, com alicerces na assimilação do que já tenha realizado de melhor, em si mesma; e, desencarnando,essa mesma personalidade patenteia, claramente, o que é, como está e em que degrau evolutivo se acomoda, irradiando de si própria o clima espiritual em que se lhe apraz viver e conviver".

"Nas Colônias­ cidades ou Colônias ­parques que gravitam em torno do Plano Físico, para domicílio transitório das inteligências desencarnadas, é natural que a luta do bem para extinguir o mal ou o desequilíbrio da mente continue com as características que lhe conhecemos na Crosta da Terra. A morte não opera milagres. O ser humano, além dela, prossegue no trabalho do autoburilamento ou estacionário, enquanto não aceite a obrigação de renovar-­se e evoluir".

"Considerando a densidade das multidões de espíritos desencarnados, desvalidos de orientações, vítimas de paixões acalentadas por eles próprios, analfabetos da alma, desvairados pelos sentimentos possessivos, portadores de enfermidades e conflitos que eles mesmos atraem e alimentam, espíritos imaturos e desinformados, de todas as procedências, é necessário que o lar de afinidades, o templo da fé, a escola e a predicação, a prece e o reconforto, o diálogo e a instrução, o hospital e a assistência, o socorro e os tratamentos de segregação, funcionem, nas comunidades do Mais Além, com extremada compreensão de quantos lhes esposam as tarefas salvadoras".

O que é mais importante a respeito das Colônias Espirituais é sabermos que elas existem desde que se têm notícias da existência material do homem na Terra e, em seu ambiente espiritual, é que continuamos nosso desenvolvimento como Espíritos imortais que somos. Conforme nos diz André Luiz, em anotações recebidas por Chico Xavier, em Uberaba, junho de 1983, e constantes do Livro Cidade no Além: “Além da morte, a vida continua e, com mais clareza, aí se vê a realidade da teologia simples que rege a evolução, em tudo o que a evolução possua em comum com a Natureza: “A cada um segundo as suas próprias obras”.