EV.SEG.ESP. Cap. XI Item 8
– A lei de Amor
O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o
sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura
do progresso.
Que é Amar?
Não segundo a definição do dicionário, mas
um viver-com-amor?
Qual a essência do
amor? Ciúme é Amor? O que significa amar-se a si mesmo e ao próximo?
O verbo amar é um
verbo intransitivo, ou seja; exprime uma ação que não passa do sujeito a nenhum
objeto; o amor em si, o estado de amor, não é direcionado, não é o amor que
geralmente conhecemos. Ele basta a si mesmo, é uma benção para seu fulcro, o
centro de sua irradiação e para aqueles que dele se aproxima. No estado de
Amor, o sujeito não ama uma pessoa ou coisa, ele Ama intransitivamente, sem
cogitar da reciprocidade. Assim é o verdadeiro amor. Nem diríamos
‘’verdadeiro’’, porque não existe falso e verdadeiro amor. Existe o amor; temos
de amar por amor do próprio amor.
Há
uma linda história que diz muito do nosso tema.
Uma
jovem, muito simples, mas, esperançosa e feliz, casa-se. Na vigência do
casamento, nasce-lhe um filho deficiente.
Como
se trata de uma jovem amorosa, ela não o repudia: vive com ele como vive com a
chuva, com o vento, com a luz do dia, as estações. Não o compara com nenhum
outro menino, mas aconchega-o ao peito e o amamenta, zela por ele, pelo seu
crescimento, acompanha-lhe o desenvolvimento físico e mental até onde pode e
finalmente deixa-o para que ele mesmo um dia encontre a sua luz.
Então
ela nunca o compara com ninguém, com nenhum outro menino, porque vive-com ele
em-si-mesmo, assim como ele é.
Se o comparasse,
não era o filho que amava, mas uma imagem projetada de um outro ser, mais
perfeito, segundo o conceito geral.
Sim,
porque a comparação é um fundo desamor!
A
comparação e a consequente lamentação e choro, são provas de um fundo desamor!
E
quem não se ama, quem não gosta de sua própria vida, quem a si mesmo se
aborrece, não pode amar o outro; isola-se, caminha celeremente para a neurose;
porque estamos sempre a comparar o que somos com o que deveríamos ser.
O que
deveria ser é apenas projeção do que aquilo que achamos que deve ser. E nisso
há contradição, e nos queixamos, nos lamentamos e somos infelizes.
Viver
com o que “é”, é viver em Paz.
Isso
não significa acomodação, porque não estamos aqui falando da concretude da
vida, da busca do conforto, mas da vida psicológica, do fato, como fato,
daquilo que “é”, e você não pode mudar.
Quando
não comparamos a nossa vida com o que quer que seja for vivemos com o que “é”,
é viver com o que “é”, é viver em Paz, simplesmente ama.
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