sexta-feira, 28 de abril de 2017

OS TEMPOS SÃO CHEGADOS; A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA E A REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE

OS TEMPOS SÃO CHEGADOS; A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA E A REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE
Nada se resume ao acaso, tudo tem um sentido perfeito como as leis que regem o Mundo que agora vive a mudança. A Doutrina Espírita é porta consoladora e luz para o entendimento para aqueles que a seguem e procuram. Mas também o dínamo para a evangelização geracional que se avizinha, pela luz do Consolador Prometido.
Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais nos sensibilize, a fim de que possamos contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande transição.
Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.(...) Joanna de ângelis. (Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ)
A revolução que está operar-se é antes moral do que material. Não se pense então que o Mundo se vai diluir. A nova geração estará baseada nos princípios evangélicos, inseridos em nossa consciência como uma lei universal. Lei essa, de Justiça, Amor e Caridade, seja pela renovação dos espíritos ou pela vinda de outros para prencherem os lugares dos mais estagnados, e a estes lhes será dada continuidade de revitalização noutra estância de evolução, mesmo que à sua altura, mas ninguém será dado ao abandono.
A génese desta remodelação em curso, expressa-se pela maior fraternidade e solidariedade social. O Espiritismo tem enorme responsabilidade, pela ação do esclarecimento e enquadramento no contexto moral, pela evangelização e pratica do amor sem fronteiras, onde a raça, o sexo o estatuto social, a inteligência, não serão apanágio para diferenças, mas para aproximação das almas.
O progresso moral garante a felicidade dos homens sobre a Terra. O Espiritismo é garante do conhecimento, logo o movimento espírita, não deve reter-se nas suas casas espíritas, mas movimentar-se pelas Comunidades, pela divulgação e orientação das linhas de amor que Cristo nos legou, sem preconceitos e receios, pois meus irmãos, neste imenso Universo, criado por uma Suprema Inteligência que tudo concebeu para a felicidade nossa, em regime de paz e acordo, nesta orbe, os tempos são chegados, previstos pelo nosso Kardec, à luz dos Espíritos Bons, (A Gênese – Cap. XVIII), como adiante literalmente enunciado:
“Quando vos é dito que a Humanidade chegou a um período de transformação, e que a Terra deve se elevar na hierarquia dos mundos, não vejais nessas palavras nada de místico, mas, ao contrário, o cumprimento de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais toda a má vontade humana se quebra.” (A Gênese, Cap. XVIII, item 8, Arago)

segunda-feira, 24 de abril de 2017

FRANCISCO, DE ASSIS, O HOMEM-PAZ

FRANCISCO DE ASSIS: O HOMEM-PAZ

Francisco,
És, para nós, fulgente referência de paz no mundo,
Onde ainda nos debatemos em tormentos.
Olhos de céus penetrantes com seu brilho profundo,
És a estesia que alteia e bruni nossos sentimentos,
A preparar-nos, conscientes, para que, ante as dores do povo,
Ante as lágrimas das gentes, tenhamos de viver um mundo novo.
De ter do amor maior acercamento,
De entender e cantar todo o bem do Evangelho,
Que ilumina, que transforma o homem-velho
Em nobre servidor.
És, pois, Amigo, qual uma estrela cadente,
A trazer-nos grandiosa e diferente
Vibração dos altos mundos.
E, porque leva-nos a desenvolver esforços tão fecundos
Para melhor atender aos reclamos da luz,
Tornas-te, assim, profundamente sublimado,
Transformado em mostra fiel de Jesus.
Fizeste do amor teu lema,
Cantado em quaisquer paragens,
Sob duras tempestades ou nas tórridas estiagens,
Nos abertos dias de sol ou nas noites mais escuras,
Junto a corações sensíveis ou a quem emparedava em secura.
Tornaste o amor teu mais formoso tema.
Deste de ti e tu mesmo te deste,
Contando apenas com as estrelas como sobreveste.
E sem alegar cansaço, e sem mostrar enfado,
Serviste imerso em contagiante alegria
A quem de ti queria sempre um pouco mais.
Transformaste a notívaga caligem em luz de pleno dia,
Viveste pelo bem sempre aureolado,
Porque eras, Francisco, o Homem-Paz.

Ivan de Albuquerque, psicografia de Raul Teixeira, inserido no livro A Carta Magna da Paz

domingo, 23 de abril de 2017

HISTORIA ESPIRITUAL DA TERRA PARTE IV – FINAL - MOISÉS E O ÊXODO

HISTORIA ESPIRITUAL DA TERRA
PARTE IV – FINAL - MOISÉS E O ÊXODO

Como um fato de importância, como a saída de seiscentas mil pessoas, não foi registrado pelos egípcios, na sua história, assim como as dez pragas e especialmente a morte dos primogênitos.

Há historiadores que falam que isto se deu nos tempos de Ramsés II, outros já localizam em período posterior, na época de Merneptah, sucessor e filho de Ramsés II. Há também um historiador que localiza o êxodo junto com o ataque a Jericó pelo faraó Amenófis I, em 1545 a.C., mas esta teoria encontra pouco eco entre os demais estudiosos, preferindo datar tal fato no reino de Merneptah, por volta de 1232 a.C.

Tanto Ramsés II perdeu o seu primogênito, Khaemouast, seu filho preferido, como provam as imagens em Abou Simbel, como Merneptah também perdeu seu primogênito, o que embaralha um pouco as coisas.

De tempos em tempos, o Egito era assolado por desequilíbrios ecológicos pelo fato de o rio Nilo não transbordar adequadamente, gerando pragas de gafanhotos, ratos, percevejos, água barrenta de cor vermelha (sangue na água), e como consequência havia pouca colheita, fome, dizimação da população por doenças (peste bubônica) e algumas revoltas localizadas, atrás de comida e água potável. Isto também atingia os rebanhos e os animais domésticos. Portanto, as dez pragas descritas na Bíblia como obra de Yahveh, através de seu médium Moises, mesmo que os hebreus tenham inferido que estas pragas fossem um castigo de Yahveh contra o Egito, que não permitia sua saída, o fato mais provável é que os fenômenos naturais, telúricos, assim fossem interpretados.

Se fôssemos admitir uma atividade divina na história dos fatos, o que contraria a Bondade e Misericórdia de Deus, concluimos que se tratava muito mais uma tenebrosa obsessão demoníaca engendrada por algum espírito tenebroso, muito bem descrito como sendo o Deus irado, vingativo, mandava apedrejar, matar inocentes. Não, realmente hoje fazemos outra ideia de Deus; um Criador e Mantenedor do Universo e suas criaturas, e não uma pessoa com todos os vícios humanos, desumano e assassino.

Vejam que Moisés é levado a pedir a saída do povo hebreu e que, por várias vezes, o faraó concorda, para depois, voltar atrás na palavra dada e com isto, Moisés roga pragas que desintegram o Egito, levando à ruína e à morte os animais e seres humanos. Cada vez que o faraó concorda, Deus o faz voltar atrás. Por quê? Se Deus quisesse tirar seu povo da escravidão, por que ele iria endurecer o coração do monarca egípcio, fazendo-o retroagir na palavra real? Esta história por si só é inverossímil. É a face da história criada para enaltecer o Deus Israelita e fazer com que o povo obedecesse, e não tivesse mais desejo que retornar ao Egito.

Por outro lado, as entradas na corte egípcia por parte de Moisés são também sujeitas a uma razoável dúvida. Como é que Moisés entrava e saía da corte do faraó, dando-lhe ordens peremptórias, ameaçando-o e dando demonstrações de força sem que o faraó, figura que naquele tempo era lei e ordem, nada fizesse? Basta ver como é difícil alguém tentar falar com o primeiro mandatário de um país atualmente, para notar que entrar e sair da corte do faraó devia ser uma missão impossível.

O mais fanático poderia dizer que Deus estava com ele e que, desta forma, ninguém podia impedi-lo de entrar. Mas por que razão, se Deus estava com ele, o faraó concordava e depois, o próprio Deus o fazia voltar atrás? Para testá-lo? Para testar a vontade do povo hebreu? Ou será que a história era outra?

A história egípcia relata que Merneptah havia assumido um reino depauperado pelas grandes construções de seu pai, que drenaram os cofres públicos. Sabemos também que, no final do governo Ramsés II ou no início da administração de Merneptah, houve distúrbios, fome, peste bubônica e greves de escravos e até mesmo de administradores do terceiro escalão.

Consta dos registros históricos que um certo sacerdote de Amon-Rá foi destacado pelo faraó Merneptah para ensinar higiene aos habirus, pois acreditava-se que o motivo da peste era a falta de higiene dos campos de construção de Perramsés - um bairro vizinho e de luxo, murado, em Djanet, terra de onde provinha a família de Ramsés, assim como em duas outras localidades onde estavam sendo construídos fortes e cidades; o que demonstra que o faraó não queria mal a este povo, mas também que não o suportava. Aliás, os egípcios sempre foram xenófobos - horror ao estrangeiro - e não suportavam nada que viesse de fora, especialmente depois da dominação dos hicsos.

Pode-se deduzir que os habirus eram uma pedra no sapato do faraó e que devia existir pressão por parte dos nobres, como também do clero, para que fossem expulsos do Egito.

Analisando a história bíblica, notamos mais discrepância quanto à atuação dos egípcios e do faraó. Quando finalmente os hebreus são autorizados a sair, o faraó, mais uma vez, tem seu coração endurecido por Deus, e resolve sair em perseguição aos hebreus, e acaba levando sua tropa à destruição no mar Vermelho. De acordo com a lenda, o mar Vermelho foi aberto por Yahveh, através de Moisés, e, providencialmente fechado durante a passagem do exército egípcio. Esta passagem apresenta alguns problemas de entendimento. Porquê os hebreus não atravessaram o mar Vermelho, mas, em certo momento, margearam-no.

Ora, os egípcios conheciam muito melhor este trajeto do que os hebreus, que nunca haviam passado por lá. Ninguém iria se aventurar em pântanos, especialmente com carros de roda que podem atolar com facilidade. Deve-se inferir outro fato, ou seja, que os exércitos egípcios não estavam perseguindo os hebreus, mas apenas acompanhando-os, a certa distância, para se certificarem de que os expulsos não voltariam sobre seus calcanhares. Quando se asseguraram de que os hebreus estavam bastante embrenhados no deserto do Sinai, eles retornaram, pois havia a séria ameaça dos líbios que pairava sobre eles.

O faraó não iria arriscar todo o seu exército numa perseguição e deixar sua terra à mercê dos povos indo-europeus que a ameaçavam de invasão. No máximo deve ter mandado um destacamento que, sem dúvida, deve ter assustado os hebreus, impedindo-os de voltar. Do momento em que se meteram dentro do forno sináico, nada mais podiam fazer a não ser prosseguir e encontrar seu destino, o que permitiu o retorno das forças egípcias para defenderem seu território.

A atuação de Yahveh no deserto do Sinai também é incompreensível: por um sim ou por um não, por qualquer desobediência, Yahveh fulmina seus seguidores, matando milhares de cada vez. Temos que inferir que o verdadeiro Deus jamais iria matar suas criaturas simplesmente porque eles não acreditam em sua existência. Se fosse assim, grandes contingentes atuais já estariam mortos, já que a descrença num ser supremo alcança grande parte de nossa atual população terráquea.

Se admitirmos que esses fatos realmente aconteceram conforme a Bíblia, então temos que concluir que os espíritos superiores ou destacaram um espírito tenebroso para guiar o povo hebreu, ou então Yahveh era realmente um demônio cujo único interesse era a adoração à sua pessoa seja de que forma fosse, sendo capaz de matar os dissidentes com a crueldade de um Hitler e a rapidez de um Tamerlão. Principalmente para um povo que se acreditava eleito do Senhor, como os Israelitas até hoje acreditam. Se os líderes hebreus praticaram estas mortes usando como desculpa uma obra divina, eles conseguiram aplainar qualquer resistência contra sua liderança, mas também denegriram a imagem de Deus, apequenando-o de forma acachapante.

Se os morticínios porventura aconteceram se deveram a dois fatos. O primeiro, as duras condições do deserto do Sinai que deve ter ceifado os menos aptos. O segundo se deve ao fato de que aquela massa heterogênea de semitas reunida, provavelmente às pressas, e aglomerada de qualquer maneira, deve ter gerado conflitos étnicos entre as tribos naquela época miscigenada.

As condições do deserto são terríveis até mesmo para os muito bem preparados, imaginemos o que deve ter acontecido aos velhos, aos doentes, às crianças subnutridas e às mulheres depauperadas.

Outra dúvida que se pode fazer é: por que razão os hebreus não foram direto até Canaã. A resposta é dada pela própria história. Canaã era habitada por diversas tribos guerreiras, compostas de cananeus semitas, horeus ou hititas indo-europeus e outros povos mitológicos como os gigantescos enacins, provavelmente homens de dois metros que pareceriam gigantescos para uma raça de um metro e sessenta, em média.

Deste modo, estando Canaã ocupada por tribos perigosas, seria necessário que eles fossem para um lugar desértico e lá se preparassem para enfrentá-las, o que faria qualquer líder de mínima perspicácia. Por outro lado, a Bíblia nos relata que Moisés enfrentou diversas rebeliões e dissidências que foram debeladas à custa de mortes (quase sempre imputadas a Yahveh) e ele deve ter concluído que, com tal 'escória' - os escravos e os nobres israelitas com sua indolência - ele jamais seria capaz de conquistar a terra prometida.

Certamente ele deve ter instruído sua liderança a conquistar a simpatia dos mais jovens, educando-os à parte dos pais, pois desta forma ele poderia fazer sua conscientização. Caso contrário, os jovens, sob a influência dos pais, continuariam sua má vontade para com o êxodo, querendo voltar para o Egito.

Moisés teria que preparar sua elite guerreira sem a qual jamais conquistaria a terra prometida. Para tal sua estadia no Sinai deve ter sido forçada por estes fatos. Conforme a Bíblia ficaram quarenta anos no deserto, mas provavelmente o período necessário para formar seu exército não deve ter ultrapassado os quinze anos. Se ele pegasse as crianças com cinco anos, com mais quinze anos, ele teria gente apta para enfrentar os seus inimigos, pois estariam com vinte anos, idade boa para a luta.
Para ficar quarenta anos naquele forno, ele teria que aproveitar a segunda geração de nascidos no deserto, o que seria excessivamente longo. As revoltas acontecidas em Kadesh-Barnea, oásis em que os hebreus acamparam, demonstra que sua estadia naquele lugar sempre foi ameaçada. Por isto mesmo ele teria que ser rápido, e tanto foi que, em vez de entrar pela terra dos edomitas, ele teve que contornar Canaã para destruir os maobitas e penetrar pelo lado mais enfraquecido, que era Jericó, onde ele sabia que enfrentaria menos resistências.

Por outro lado, sabemos que o seu sucessor foi Josué e que saiu do Egito com ele, já sendo seu braço direito após Aharon, seu pretenso irmão. Depois da morte de Moisés, Josué ainda durou vários anos, tendo comandado as hostes hebreias em sua conquista de Canaã. Se estabelecermos que Josué devia ter entre vinte e trinta anos quando saiu do Egito e se adicionarmos mais quarenta anos de deserto e mais vinte anos de conquistas em Canaã, ele teria morrido entre oitenta e noventa anos, uma idade excessivamente provecta para quem passou a vida no deserto, alimentando-se mal e sob o sol inclemente durante o dia e o frio extremo de noite. Já se somarmos dez a quinze anos no deserto do Sinai, ele teria morrido entre cinquenta e sessenta anos, o que é mais natural para uma época em que a idade média chegava aos quarenta anos.

Voltando à figura de Moisés, temos que analisar se de fato ele foi um hebreu criado por uma princesa egípcia, salvo das águas do Nilo. Ora isto parece ser mais uma lenda para gerar uma figura divinizável. Um rio cheio de crocodilos e hipopótamos não seria o lugar ideal para colocar uma criança numa cesta de vime. Sem dúvida a cesta viraria com a correnteza da água, matando a criança. Por outro lado, o nome Moisés - Moschê - não é um nome hebreu, sendo a corruptela de Ahmose, um nome egípcio que significa Rá nasceu, ou alvorada. Aliás, um nome não totalmente incomum, portanto dando a entender que o tal sacerdote de Amon-Rá de nome Ahmose destacado por Merneptah para ensinar higiene aos habirus, e Ahmose, já com sua corruptela hebreia Moschê, só podem ser a mesma pessoa.

Isto não impede que qualquer uma dessas figuras possa ter sido criada pela princesa Thermutis. No entanto, devemos nos perguntar por que uma princesa egípcia iria criar um habiru - um povo malvisto pelos egípcios - se ele não fosse seu próprio filho? Ainda mais educado na corte e no alto grau de sacerdócio? Isso só ocorria com os príncipes do Egito, até mesmo os filhos de nobres não tinham essa oportunidade.

Por outro lado, nenhum egípcio se apresentaria como sacerdote de Amon-Rá para ensinar higiene aos habirus, pois correria risco de vida entre aquele povo também xenófobo. Ele teria que ser introduzido por algum membro proeminente dos habirus, apresentando-o como um descendente hebreu. Assim Moises teria que conhecer e ter um motivo ou um objetivo de comum acordo. Quem assim o apresentou seria Aharon (também conhecido como Arão), que, para todos os efeitos históricos, apresentou Moisés como seu irmão. Aharon concordava em tirar o povo do Egito, sendo Arão o porta-voz de Moisés não porque o líder hebreu era gago, ou falava mal, mas porque desconhecia, inicialmente, a língua habiru.

Tanto é verdade que, depois de aprendê-la, já no Sinai é capaz de discursar inflamadamente contra os revoltosos, os insidiosos e os idólatras. Por outro lado, Aharon não iria apresentá-lo como egípcio, tendo que inventar uma história que demonstrasse sua origem hebreia. Sua irmã Miriam teria que estar mancomunada, sem o que sua lenda poderia ser contestada pela irmã ou por outro familiar.

Se Moisés tinha mesmo sangue hebreu é um mistério que jamais saberemos, no entanto, creio que ele devia ter sangue semita, sem o que ele teria traços excessivamente egípcios para se passar por habiru. Se Thermútis tivesse tido um filho legítimo, com um parente ou nobre destacado para tal fato por Ramsés, seu presumível pai, Ahmose teria o tipo físico egípcio, de difícil aceitação entre os semitas habirus. Deste modo, ela deve ter tido um filho ilegítimo com algum nobre semita que visitou ou habitou a corte de Ramsés II por algum tempo.

Poderia até mesmo ser filho ilegítimo de algum nobre de Israel radicado no Egito com a princesa, hipótese que não deve ser descartada.

Uma coisa é certa: se Moises fosse mesmo um habiru recolhido das águas (!) portanto de fato ilegítimo, sua vida na corte deve ter sido péssima, pois ninguém aceitava bastardos, mesmo de origem real.

Se ele matou algum guarda (como conta a história), não seria motivo para fugir da corte, pois os egípcios eram liberais quanto a estas 'pequenas faltas' dos nobres, principalmente sendo filho da princesa. Já se ele tivesse matado um nobre, sua vida de nada valeria, sendo preso e morto.

Moisés, sem dúvida era um grande médium. O que corrobora a história onde era considerado um grande mago, um poderoso feiticeiro, um medianeiro entre Yahveh e os hebreus. Ele poderia ter aprendido estas artes mágicas nos templos de Amon-Rá, já que era considerado um sacerdote deste templo, ou poderia ter aprendido estas práticas nos principais templos da região, lembrando que a raça egípcia era proveniente dos capelinos degredados e tinham em alto conhecimento, astronomia, engenharia, o que atesta suas obras e seus conhecimentos religiosos, ocultos ao povo.

Para fazer o que Moises fez ele tinha uma experiência fenomenal, uma mente mais aberta do que dos xenófobos egípcios. Se ele não tivesse, jamais teria levado sua missão a cabo, devido à sua antipatia e preconceito contra os habirus. Ele teria que ter uma visão mais ampla, tanto da espiritualidade, como também dos costumes diferentes de vários povos, sem o que sua missão se tornaria difícil, quiçá impossível.

Qual a real importância de Moisés na história universal? Basicamente ele foi o maior precursor na transformação de um culto henoteísta em monoteísta. Já existiam alguns cultos monoteístas, mas que não conseguiram se difundir adequadamente.

Alguns hurritas acreditavam num deus único chamado Sutekh, mas eles não conseguiram e nem quiseram difundi-lo, pois até entre eles, existiam alguns que eram politeístas. Já os judeus, sucessores históricos dos hebreus, eram ferrenhos defensores de Yahveh, sendo de um fanatismo exacerbado. Esta religiosidade acabaria desembocando na figura de Jesus e na introdução de um deus menos terrível, mais amoroso e justo, que viria a gerar o deus do cristianismo. No entanto, Moisés foi obrigado a apresentar assim mesmo uma divindade ainda feroz, pois seus seguidores só entendiam o medo.

Sua grande atuação, no entanto, foi legislativa, pois transformou um povo nômade, numa nação que caminhava para o estado de direito. Suas leis, tanto religiosas, como sociais, viriam a se consolidar nos livros bíblicos de Deuteronômio, Números e Levítico, somente transcritos por Ezra, por volta do ano 444/400 a.C., transformando leis consuetudinárias (verdadeiros compêndios de sabedoria popular, não passando por um processo formal de criação de leis) em leis escritas, solidificando, através do Torah escrito, o que já era conhecido oralmente. A história judaica já mencionava a Torah oral antes de Ezra

Se foi Moisés que escreveu os cinco livros, conhecidos como Pentateuco, seria mais uma evidência de que ele andou pela Mesopotâmia, ou pelo menos conheceu as lendas sumérias, pois a criação do universo, a perda do paraíso, o dilúvio universal são lendas de que ele teria tido conhecimento em Ur e na Babilônia, vinda dos capelinos que ali civilizaram o povo.


Também Ezra (Esdras), conhecia e aceitava as lendas sumérias e babilônicas, já que ele nasceu na Babilônia e foi um dos responsáveis, junto com Nehemias, pelo retorno do povo judeu à Palestina.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

HISTORIA ESPIRITUAL DA TERRA, OS CAPELINOS E AS CIVILIZAÇÕES - parte III


HISTORIA ESPIRITUAL DA TERRA - PARTE III
AMÉRICA – EURÁSIA – ISRAEL - MOISES

América, ainda não fora descoberta pelos europeus, mas já era habitada pelos povos de origem mongol, por meio dos quais os espíritos superiores ajudaram a erguer grandes civilizações, usando os alambaques capelinos. Foram eles que construíram as pirâmides do novo continente e as raças dos Astecas e Maias.

Na Eurásia, os povos foram movimentados pelos préstimos de espíritos renascidos com grandes missões, como Rhama, na Índia, e vários outros - que, aliás, a história se esqueceu de registrar -, além de guias espirituais, que inspiravam os povos a seguirem por certos caminhos.

No mundo astral havia milhões de espíritos ainda não renascidos e a espiritualidade incentivava a reprodução entre todos os povos e para acelerar a migração, e vários povos foram submetidos a alguns fenômenos de ordem natural, como secas, terremotos e inundações, que os obrigavam a deslocaram-se a procura terra mais férteis.

Um guardião especializado recebeu a incumbência de guiar uma pequena e esfacelada tribo do vale do Kuban, no Cáucaso, até Haran, no norte da Mesopotâmia. Assim o fez e este guardião tornou-se conhecido entre os hurritas, os descendentes de Hurri, como Yahweh.

Ele se manifestou para os hurritas como seu guia Yahweh que significa: Eu sou – considerado para os hurritas um deus da guerra, da vingança, das emboscadas e dos trovões. Yahweh mais tarde ficou conhecido como Javé entre os hebreus, (Jeová em português), quando foram escravos dos hurritas, portanto era um guia espiritual e não o Deus Único que era cultuado como El (o sem nome).

Um fato interessante: em nenhum momento Jesus se denominou Yahweh ou Javé ou Jeová para os hebreus, o que nos dá mais uma prova que Jesus não foi Yahveh, ou Javé ou Jeová.

Enquanto isso, os espíritos superiores, monitorando a evolução terrestre, depararam em Avram (um capelino degredado) um fanático e empedernido seguidor do deus Yahveh, (também escrito como Yahweh). Usando o nome do deus hurrita, o transformou numa divindade única e superior aos demais deuses da região. Sob a coordenação de um outro guia espiritual capelino que acompanhou os degredados e pela utilização de vasto grupo de espíritos seus comandados, foram incutindo nas mentes das almas a ideia de um Deus único.

Avram, depois chamado de Avraham e em seguida Abraão, deu origem a uma grande quantidade de filhos, que se espalhou pela região de Canaã e localidades vizinhas. Itzhak (Isaac), seu filho, deu origem a gêmeos, Esaú e Yacob (Jacó), e este último teve doze filhos que, junto com os hicsos, foram para o Kemet – Egito, em virtude de grande seca que devastou Canaã. Yacob (Jacó), devido a um sonho que tivera com o guia espiritual ficou muito perturbado, mudando seu nome para Israel - aquele que luta com Deus -, e um dos seus filhos, Yozheph (José), notabilizou-se no Egito por ter ajudado a debelar uma terrível seca que assolou a região. Yozheph era médium e intuido disse ao farão que viria a grande seca; ficou conhecido como Tsafenat-Paneac, um tati (primeiro-ministro) do faraó hicso Khian.

A tribo de Israel, entretanto, cometeu um grave crime ao matar os indefesos habitantes de Siquém e, com isto, perdeu o apoio direto de ter o guia espiritual esclarecido, que recebeu ordens de abandoná-los ao seu próprio destino. Os israelitas passariam a ser acompanhados de guias-mentores normais, e não mais de um grupo tão especializado como aquele que fora comandado por espíritos superiores.

Procurando um lugar para viverem, pois Canaã estava devastada pela seca, foram para as terras negras do Kemet fertilizadas pela cheias do Iterou mais tarde Rio Nilo (como assim o chamavam no Egito).

No Egito os descendentes de Israel formaram uma grande tribo, que ficou conhecida na história como os hebreus, tendo ficado no Egito por mais de 400 anos subordinados ao faraó que os recebeu, haja vista a falta de mão de obra operária para os serviços mais servis, uma mão de obra muito barata.

Nesse tempo todo - mais de 400 anos -, os hebreus eram chamados pelos egípcios de habirus - hebreus pobres e miseráveis - eram uma ralé, desprezados pelos próprios hebreus israelitas (que se achavam a elite hebraica) como não pertencendo à raça hebreia. Os habirus eram os “escravos” do poder econômico; trabalham pela comida, enquanto os israelitas eram proprietários de rebanhos de animais e os vendiam aos egípcios com muito lucro, principalmente para os templos que precisam de animais para os sacrifícios. Os egípcios se achavam não dignos de tratarem diretamente com os animais.

Na verdade depois destes 4 séculos, o faraó não mais queria os milhares de habirus em suas terras, pela imundice e doenças que traziam e por não ter como alimentá-los (eram cerca de 400 mil habirus) fora os israelitas que eram mais de 200 mil e tendo já terminado as obras que o faraó determinara e faltava inaugurá-la, por isso os habirus eram personas non grata, a escória de um povo que precisa ser retirada do Egito.

Pelos muitas gerações de hebreus que viveram no Egito, sendo que a média de idade não passava de 40 anos, até menos, conforme os trabalhos exercidos, esse povo perdeu as suas origens e passaram a cultuar os deuses egípcios e se achavam pertencente àquele povo e não queriam mais sair do Egito.

O faraó aproveitando-se de ter um neto bastardo: Ahmose = MOSCHÊ (Moisés), dá-lhe a missão de se retirar com esse povo do Egito; mas Ahmose encontrou grandes adversários nos israelitas ricos e nos contramestres de obras que viviam de escravizar o povo mais pobre com altos lucros. 

Moises era filho da princesa Hatshepsutt  de uma ligação espúria com um príncipe fenício que havia visitado o Egito para pagamento dos tributos anuais e por ali ficara um tempo, tendo sido um amor à primeira vista dele com a princesa, uma união não autorizado pelo seu pai, o faraó, que a desgraçara e mandara ter o filho em local distante para não ter o ridículo de uma filha não casada e um neto bastardo. Alguns historiadores a chamam de Tertumis e ou Termutis. Apesar disso Moisés foi educado nos conhecimentos egípcios nas escolas-templos e ali aprendeu tudo a respeito da cultura daquele povo, ficando muito tempo fora da capital viajando sempre, inclusive conhecendo os outros povos da época. O Faraó não o queria por perto.

Os administradores terrestres voltaram a movimentar as forças espirituais e, assim, Ahmose, MOSCHÊ (Moisés) neto do faraó Ramsés II. Tornou-se Moschê, o grande libertador do povo hebreu, o qual o conduziu para o deserto do Sinai, onde, naquelas longínquas plagas, moldou, como num cadinho ardente, um novo povo. Esse vasto processo foi coordenado por Orofiel, um guardião comandado de Mitraton, que assumiu a operação astral desse êxodo.

1232 A.C. – MÔSCHE (Moisés) SAIDA DO KEMET (EGITO)

Para acelerar a migração, vários povos foram submetidos a alguns fenômenos de ordem natural, como secas, terremotos e inundações, que os obrigavam a deslocaram-se. Foi nesse período que se deram as famosas pragas, que a Bíblia traz como produto de magias praticadas por Moises. A verdade é           que naquele ano não aconteceu as cheias do Nilo trazendo as pragas para a região. Os hebreus muito supersticiosos sacrificavam cordeiros para os deuses e passavam sangue nos portais das casas a título de proteção. Muitos morreram de ambos os lados por causa das pestes trazidas pelos animais que adentraram a cidade, rãs, sapos, ratos, insetos, moscas etc. Os fatos foram aproveitados como sendo motivo de castigos dos deuses para com o Egito, mas o Faraó, Moises e Aharon sabiam da estratégia para conseguirem a adesão dos hebreus.

A falta de comida, as pestes, favoreceram ainda mais a vontade do Faraó em mandar os hebreus embora, que resistentes não queriam sair do Egito, principalmente a elite “israelita” e os contramestres. Então Aharon (ou Araon) um dos chefes de tribo e amigo de Moises contou a história diferentemente dos fatos, dizendo que Yahveh havia mandado as pragas e que Moises havia convencido o faraó autorizar a saída dos hebreus. Moises não queria levar apenas a ralé pobre, mas também os judeus ricos e todos os israelitas, conforme combinado com o faraó, pois que estes queriam ficar.

Os administradores terrestres voltaram a movimentar as forças espirituais e, assim, Ahmose, neto do faraó Ramsés II, tornou-se Moschê, o grande libertador do povo hebreu, o qual o conduziu para o deserto do Sinai, onde, naquelas longínquas plagas, moldou, como num cadinho ardente, um novo povo. Esse vasto processo foi coordenado por Orofiel, o belo arcanjo de Mitraton, que assumiu a operação astral desse êxodo. Moises que havia vivido muito tempo em outras terras, conhecia muito bem os costumes da região, tendo vivido no deserto.

Era o ano de 1232 a.C. e Môsche (Moisés) estava com quarenta e dois anos, gozando de boa saúde física e mental. As duzentas e cinquenta mil pessoas do campo de Perramassu começaram a se movimentar. Havia cerca de duas mil e duzentas carroças, seis mil camelos, quatorze mil cabeças de gado e dezenove mil cabritos e ovelhas. Tudo havia sido permitido pelo faraó de ser levado.

Moveram-se a um e meio quilômetro por hora. Lento e desordenado, o grupo serpenteou o início do deserto em direção a Sukot. A aldeia ficava a cinquenta e dois quilômetros e, pelo andar da extensa caravana, levariam cinco dias para chegar lá. Após andarem oito horas, pararam e montaram acampamento. Haviam andado pouca coisa mais do que quatorze quilômetros e já estavam esgotados.

Naquela noite, Moschê reuniu-se com seus assessores diretos e estabeleceram nova forma de marcharem. A maioria sairá atabalhoada e chocara-se com os da frente. Era preciso que os grupos andassem de forma diferente. O grupo da frente devia sair primeiro, às seis horas, quando o sol nascia, e andar até às cinco horas da tarde. Os demais grupos sairiam com uma diferença de um quarto de horas, de forma a não pisarem uns nos calcanhares do outros. O último grupo sairia às nove horas da manhã e pararia de andar às sete horas da noite. Com isto imaginavam que poderiam andar dez horas por dia, a uma velocidade média de três quilômetros por hora.

No quarto dia chegaram em Sukot e acamparam por dois dias inteiros. Fundiram-se com os pastores do lugar, num número acima de cinquenta mil pessoas, dividindo-os de acordo com suas tribos. Remuniciaram-se de água e partiram novamente em direção a Tjeku, que ficava a poucos quilômetros de lá. Em Sukot, que queria dizer cabanas ou tendas em língua hebraica.

Em Tjeku, o grupo inicial ajuntou-se com os quase trezentos mil habirus que viviam lá, totalizando pouco mais de seiscentas mil pessoas, dividindo-os em tribos de acordo com suas procedências. Durante quase uma semana, o grande grupo uniu-se em torno dos doze grandes agrupamentos, e, no final, os relatórios foram enviados para Môsche e Oshea.

No oitavo dia, tentou-se fazer um censo, mas desistiram, já que a balbúrdia era grande e Môsche estava com inusitada pressa de partir. Os doze grupos foram divididos às pressas, e, no decorrer do tempo, haveria mudanças entre eles. Após esta primeira triagem, agora com todos os hebreus de Perramassu, Tjeku, Sukot, Baal-Safon e mais os pastores nômades e seus extensos rebanhos, o enorme grupo começou a se deslocar pelo caminho de Sur em direção a Canaã.

O faraó Merneptah havia discutido, na última reunião que haviam tido, que os grupos de habirus e israelitas poderiam ressentir-se a partir do momento em que entrassem nos deshéret - terra vermelha - pois o imenso calor, a falta de vegetação, a falta de orientação e os perigos latentes em cada duna poderiam levá-los à defecção e ao retorno às suas casas. Esta hipótese deveria ser combatida através de um estratagema que impedisse os hebreus de nunca mais voltarem ao Kemet.

No final do segundo dia de marchas, já tendo passado pelo lago Timsah, avançando cerca de vinte e dois quilômetros em direção ao deserto de Sur, os israelitas começaram a observar que uma força militar os estava flanqueando. Môsche foi logo notificado e todos ficaram muito alarmados.

O exército do Kemet, sobre bigas, ia muito mais rápido do que os hebreus, que se arrastavam sobre a areia quente do deserto. Môsche deu ordem para que o grupo da frente, a tribo de Reuben, se desviasse em direção ao Sul, numa tentativa de fugir das tropas do faraó, que iam velozmente cortando à frente da imensa coluna.

Eles estavam a mais de três mil metros de distância, sendo apenas visíveis no meio das colunas de poeira que seus carros de combate levantavam. Muitos hebreus estavam assustados, acreditando que os soldados os estavam perseguindo e que iriam massacrá-los em pleno deserto, deixando suas carcaças para os abutres e chacais.

Môsche dirigiu-se para a última coluna, os da tribo de Benjamim, e disse-lhes que ficassem calmos, pois Yahveh os protegeria. Realmente, alguns minutos mais tarde, a coluna de carros de combates parou, fechando o caminho para Canaã, mas não perseguindo os hebreus. Os últimos homens da fila observaram que os soldados não os estavam vendo, pois olhavam na direção deles, e eles não se mexiam.

A noite caiu e podiam se ver as luzes das fogueiras do acampamento dos soldados do faraó. Naquele instante, Moschê estava reunido com o Conselho de Anciãos, tentando deliberar sobre o que fazer.
- Não podemos ir pelo caminho de Sur, pois os soldados do faraó o estão bloqueando. O que faremos agora, Moschê? - perguntava um dos israelitas mais amedrontados.
- Será que o faraó mudou de ideia e resolveu nos levar de volta? - perguntava outro, ainda mais assustado.
Aharon, já totalmente prevenido, com um rosto preocupado e o cenho franzido de medo, dizia: - Não há dúvidas de que o faraó mudou de ideia. Só existe um caminho para Canaã e ele está bloqueado. Para onde iremos daqui?

Começou uma discussão entre as pessoas do conselho. Alguns queriam que os hebreus voltassem e outros que fugissem, embrenhando-se pelo deserto de Etam. Môsche deixou que se cansassem de falar e, no final, ofereceu a resposta esperada:
- Se Yahveh está conosco, não devemos temer ninguém. Ele nos salvará. Devemos nos desviar das forças do faraó e irmos em direção ao mar Vermelho, beirando-o até chegarmos à terra dos madianitas, porquanto sei que lá encontrarei guarida com Jetro, meu sogro.

- E os soldados do faraó?
- Se nos seguirem serão tragados pelo mar dos juncos que iremos beirar por toda a manhã. Se ficarem onde estão, sem conseguir nos enxergar, desistirão e voltarão para suas casas, dentro de poucos dias, quando terminarem suas provisões.

O Conselho ia voltar a discutir quando Môsche, com sua voz cava e olhar glacial, levantou-se e disse: - Yahveh-yire.
Em hebreu, isto significava que o Senhor proverá. Ahmose lembrara-se da lenda de Avraham que ia matar o filho Itzchak por ordem de Yahveh, quando o arcanjo Gabriel, no último instante, não permitiu e providenciou um cordeiro que estava preso pelos chifres numa espinheira para ser oferecido em holocausto.

E assim falando, saiu da tenda em direção a sua própria para descansar.
No outro dia, Oshea colocou a primeira tropa para mover-se e Môsche foi para a última fila dos benjamins. O imenso grupo começou a se mover lentamente e os kemetenses os seguiam a certa distância. Durante dois dias, os soldados seguiram os hebreus, que marchavam cada vez mais depressa enquanto que Môsche ficava na última fila.

PASSAGEM PELO MAR VERMELHO

No terceiro dia, viram o mar Vermelho e durante duas horas tangenciaram a praia, seguindo um roteiro preestabelecido. Oshea ia na frente, liderando o grupo, e Môsche fechava o último dos hebreus.

O mar, seguindo a maré, recuara cerca de trinta metros, permitindo que as enormes colunas margeassem pela praia. Cerca de dois quilômetros atrás dos hebreus, vinha o exército do Kemet com seus carros de combate. No entanto, o que não se podia esperar - poucos conheciam aquelas remotas plagas - era que a maré do local subisse rápido. Deste modo, alguns carros kemetenses foram alcançados pelo mar, que refluía. Alguns desses carros, em manobras lestas, retiraram-se de perto da praia, mas outros atolaram-se na areia molhada. Não passaram de vinte bigas, que se viram molhadas, pois o grosso do exército estava mais à esquerda do mar, não sendo afetado pela maré.

No entanto, os benjamins viram quando alguns carros dos soldados do faraó atolaram, exigindo que seus ocupantes descessem e empurrassem. Os animais ficaram agitados e, deste modo, criou-se um pequeno alvoroço na frente da tropa, o que, ao longe, visto pelos olhos dos amedrontados hebreus, pareceu que as águas do mar estava tragando o exército. Um exagero, pois ninguém ficou ferido, tendo o exército perdido apenas um cavalo com a perna quebrada e um carro que ficou atolado, tendo sido coberto pela água.

Naquele instante, Môsche disse aos últimos homens para que se apressassem, pois ele ficaria ali naquele lugar, junto com os anjos de Yahveh e combateria o faraó. Estava montado num camelo e não tinha nenhuma arma. Alguns queriam ficar com Môsche, mas ele foi taxativo:
- Vão e não olhem para trás.

Os homens partiram e Môsche ficou sozinho naquele pedaço do deserto.
Esperou por mais de uma hora quando uma biga foi avistada no horizonte. Algum tempo depois, a biga aproximou-se de Ahmose e o comandante do carro de combate reconheceu o neto de Ramassu II. Aproximou-se e disse-lhe em copta claro e perfeito:
- Salve mestre Ahmose.
Ahmose cumprimentou-o com um aceno de mão. O oficial perguntou-lhe:
- Está tudo certo? Podemos voltar daqui?
Môsche respondeu que sim. E o comandante disse, em tom jocoso:
- O general Sahuré vai gostar de saber. Ele está com humor péssimo por ter que andar neste forno. Mandou-lhe lembrar que o faraó Merneptah deverá atacar Canaã dentro de aproximadamente dez anos. Depois deste reide, você deverá levar seus habirus para lá e tomar conta daquele lugar.

Môsche sabia de tudo isto. Tudo fora minuciosamente planejado para que o exército do faraó aparecesse e forçasse os hebreus a descerem para o Sul. Se eles fossem para Canaã, seriam destroçados pelos habitantes daquele lugar. Com aquela manobra, ele pôde levar os hebreus para o miolo do deserto sem que eles reclamassem ou se recusassem a ir. Por outro lado, com os soldados do faraó em suas traseiras, eles perderam qualquer vontade de voltar. Agora, que estavam enfiados profundamente no deserto de Etam, não saberiam voltar.
Moschê agradeceu ao comandante e disse-lhe que estava tudo certo, estabelecendo Serabit El-Khadim, uma importante mina de turquesas e outros metais no Sinai, como ponto de contato.

Moschê voltou o resto do caminho sobre o dorso do camelo que o levara. Chegou ao acampamento quando o sol já havia se deitado. Deram-lhe comida e água para beber e quando lhe perguntaram onde estava o exército do faraó, ele falou laconicamente:
- O mar os tragou!

No outro dia, Moschê acordou um pouco mais tarde já que os benjamins eram os últimos a se moverem. Estava moído de ter andado no deserto atrás dos hebreus, e assim que saiu do seu abrigo provisório na tenda de um dos homens de Oshea, ele foi aclamado pela população. Não só os benjamins como todas as tribos já sabiam que os kemetenses haviam sido engolidos pelo mar de juncos que havia sido aberto por Moschê, no poder de Yahveh, e que estavam todos mortos.


Realmente, o mar deveria ter se aberto para deixar passar os filhos de Israel e se fechara matando os kemetenses. Era o grande milagre de Yahveh, feito através do seu enviado especial, Moschê. Moschê contou a verdade para Aharon e Oshea que riram da história, mas souberam aproveitar-se ainda mais deste milagre de Yahveh para fortalecer o ânimo do povo.

Continua parte IV

sexta-feira, 14 de abril de 2017

HISTORIA ESPIRITUAL DA TERRA - PARTE II

SUMÉRIA, MESOPOTÂMIA, EGITO e A ERA DOS DEUSES

ANTES DO CRISTO
A história das civilizações terrestres é a da lenta evolução de um conjunto heterogêneo de Espíritos falidos, em regime de provas e expiações. Foi há cerca de quinhentos milênios que encarnaram neste orbe os primeiros Espíritos conscientes, embora muito primitivos, em fase de incipiente desenvolvimento. De pensamento ainda inseguro e habitando corpos animalescos, mas direta e carinhosamente amparados pelas falanges espirituais do Cristo Divino, tiveram de aperfeiçoar, pouco a pouco e com enormes dificuldades, o seu próprio perispírito e os seus veículos carnais de manifestação, submetidos a longo e áspero transformismo evolutivo, tanto quanto a própria natureza terrestre, ainda em difíceis processos de ajustamento e consolidação.

A Antropologia moderna e a moderna Paleontologia registram, como marcos desse transformismo, primeiro o chamado Pithecanthropus erectus, depois dele o Sinanthropus pekinensis, que já usava o fogo e instrumentos de pedra e de madeira, o Homo heidelbergensis, seguido pelo Homo neandertalensis e pelo Homem de Cro-Magnon que viviam em grupos e em cavernas, aprenderam a pintar e a fazer toscas esculturas.

Foi somente há cerca de quarenta milênios, quando os selvagens descendentes dos primatas se estabeleceram na Ásia Central e depois migraram, em grandes grupamentos, para o vale do Nilo, para a Mesopotâmia e para a Atlântida, que surgiu no mundo o Homo sapiens, resultado da encarnação em massa, na Terra, dos exilados da Capela, cuja presença assinalou, neste planeta, o surgimento das raças adâmicas.

É natural que, em contato com a matéria mais densa, aflorassem nos primitivos habitantes do nosso orbe, sob o automatismo dos instintos, as sensações e experiências vividas pelo Princípio Espiritual na sua demorada marcha para a aquisição da consciência. Esse fato, além de lógico e natural, por corresponder ao maior e quase único patrimônio de conquistas vitais daqueles seres, era também necessário para lhes assegurar a sobrevivência no mundo das formas materiais espessas e pesadas.

Compreende-se que consciências ainda frágeis, mas rebeldes, assim servidas por todo um vasto arsenal de instintos inferiores, herdados da fase animal anteriormente vivida, surgissem no mundo em tão franco estado de selvageria, então agravada pelos novos poderes da vontade. Acresce que, acolhendo no seio de suas tabas numerosos Espíritos muito mais avançados em inteligência e em conhecimentos, porém revoltados e cruéis, sofreram-lhes a poderosa e deletéria influência moral, que ainda mais os inclinou à maldade deliberada, até mesmo através de cultos religiosos primários, sanguinolentos e perversos.

Muitos, porém, dos exilados de Capela, deixando-se tocar pelo sublime influxo das inspirações crísticas, pela saudade do seu paraíso distante e pelo sincero arrependimento de seus terríveis erros, conseguiram superar as suas imensas dificuldades psicológicas e inauguraram no mundo a era das grandes religiões. Organizadas pelas raças adâmicas, surgem então, no cenário do mundo, as quatro grandes civilizações da Antiguidade: a ariana, a egípcia, a hebraica e a hindu. Precisamos, porém, registrar que, muito antes de surgirem os arianos, já florescia no Oriente, como a mais bela e avançada das organizações primitivas do orbe, a grande civilização da velha China.

Das grandes organizações sociais criadas pelos ex-capelinos, a hindu é a mais antiga, vindo depois a egípcia, a hebréia e finalmente a ariana. Remontam a mais ou menos dez mil anos os primeiros surtos de civilização terráquea, embora, a rigor, só os acontecimentos dos últimos cinco milênios sejam convictamente registrados pela História.

Em geral, as tábuas historiográficas começam as suas cronografias por volta do ano 3.000 a.C., assinalando apenas por tradição o estabelecimento do Império Tinita, inaugurado por Menés, unificador dos dois reinos egípcios. São também muito vagos os registros humanos sobre o Faraó Zoser, iniciador do Império Menfita, cuja capital foi mudada de Tinis para Mênfis. Pouco minuciosas são, por igual, as notícias sobre os semitas do Tigre-Eufrates e suas notáveis cidades de Akad, Isin e Larsa.

A imponente civilização dos sumérios também floresceu no terceiro milênio a.C., nas cidades
mesopotâmicas de Erech, Ur, Eridu, Lagach, Uruk, Kish e Nipur e existem registros suficientes sobre a boa capacidade de organização política e comercial desse povo, cujos dotes técnicos e artísticos são atestados pelos canais de irrigação que construiu, por seus trabalhos em metais e pela escrita cuneiforme que desenvolveu. Os sumérios possuíam sistema funcional de pesos e medidas e a eles, astrônomos competentes, se deve a primeira divisão do dia em 24 horas e da hora em minutos e segundos. Seu rei Hamurabi, o sexto da primeira dinastia, enérgico e sábio, promulgou, na Babilônia, o primeiro grande código humano de leis, que tanta influência iria exercer sobre a legislação mosaica.

Na índia nasciam a Filosofia e a Religião, no espírito e nas vozes dos grandes iniciados. Surgem, nos caracteres sânscritos, os Vedas – (São quatro coleções de Mantras ou Samhitas, a saber: Big-Veda, Yajur, Sama e Atharva-Veda. Os Upanishads somente surgiriam muitíssimo depois, por volta do século VI a.C.) - , com os seus cânticos e as suas preces. Infelizmente, nascia também, no mundo, a dura discriminação racial, então estabelecida pela divisão da sociedade em castas. (Sacerdotes e nobres (os brâmanes); guerreiros (os xátrias); mercadores (os váxias); camponeses e trabalhadores (os sudras) e os parlas, que eram os autóctones dravinianos, de pele escura, descendentes dos primatas, aos quais os arianos recusavam qualquer tipo de direito.)

Na mesma faixa de tempo florescia a extraordinária civilização egipciana, em cujo seio alcançou grande desenvolvimento as atividades agrícolas e navais, o comércio, as artes, o direito, a escrita, a astronomia, a medicina e a matemática. As grandes cidades de Mênfis e Heliópolis eram os seus mais importantes centros teológicos, cujos colégios sacerdotais, dotados da mais alta cultura, exerciam ampla influência sobre todos os setores da vida social. Espíritos de notável grandeza evolutiva, os antigos egípcios construíram uma civilização muito superior ao nível daquela época e das que se lhe seguiram, terminando por deixar nas Grandes Pirâmides — monumentos de saber ainda não de todo decifrado — não apenas a lembrança dos seus sonhos e das suas esperanças, senão também roteiros valiosos para a inteligência humana dos tempos futuros. Se bem que a grande maioria daqueles seres de eleição tenha retornado a Capela, numerosas entidades daquela grei permanecem nas esferas espirituais do nosso orbe, integrando as excelsas falanges do Cristo. Lamentavelmente, alguns outros, supinamente infelizes, se transformaram, com infaustos comparsas ex-capelinos, em tenebrosos Dragões do Mal.

NIMRUD, CAPELINO RENASCIDO,
IMPLANTOU A PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO EM URUCK NA SUMÉRIA

O início da grande operação de redenção na Terra foi na Suméria, quando Nimrud, espírito capelino renascido, conseguiu, entre atos terríveis e maldades tétricas, implantar a primeira civilização em Uruck. Os alambaques (OS DRAGÕES), entretanto, que tinham não só a missão de trazer os degredados como também a de guiá-los, estavam excessivamente soltos, o que faria com que Mykael ordenasse a alteração dos padrões de comportamento dos dragões para fazê-los serem não somente guias de lobos - chefes de matilhas - como também modificarem seu íntimo a fim de se tornarem cordeiros de Deus.

Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz da Capela, mas trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.

Quanto ao fato de um espirito ainda inferior tornar-se guias de outros, vejamos o que nos ensina o Livro dos Espíritos, na questão 509:
509. Os homens no estado selvagem ou de inferioridade moral têm igualmente seus Espíritos protetores, e nesse caso esses Espíritos são de uma ordem tão elevada como os dos homens adiantados?
     — Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são relativas ao seu objeto. Não dareis a uma criança que aprende a ler um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar segue o do Espírito protegido. Tendo um Espírito superior que vela por vós, podeis também vos tornardes o protetor de um Espírito que vos seja inferior, e o progresso que o ajudardes afazer contribuirá para o vosso adiantamento. Deus não pede ao Espírito mais do que aquilo que a sua natureza e o grau a que tenha atingido possam comportar.

MESOPOTÂMIA

Em razão da existência do fértil vale criado pelo transbordamento de dois rios irmãos, o Tigre e o Eufrates, e de enormes facilidades para desenvolver uma sociedade em que a agricultura fosse a pedra angular, ficou estabelecido, no grande planejamento, que a Suméria seria o primeiro lugar de assentamento desses espíritos. Outros locais foram incluídos também no programa de transferência dos capelinos, para que a sua vinda influenciasse várias regiões do globo, tais como a Europa, influenciada, inicialmente, pelos celtas, e a índia, que abrigou esses seres no vale do Hindu. Posteriormente, seria a vez dos outros povos indo-europeus, e, no extremo oriente, a da Tailândia e a da China.

Esses indo-europeus haviam se dispersado a partir de pequenos grupos que saíram da Suméria no tempo de Nimrud e foram conduzidos pelos alambaques sob a tutela dos espíritos superiores para a Ásia Menor onde se miscigenaram com outras tribos indo-europeias de menor poder cultural do que os sumérios. Quinhentos anos mais tarde foram até a ilha de Creta e lá estabeleceram um verdadeiro império que ficaria conhecido como minoico devido ao mítico rei Minos de Creta.

A ilha foi devastada por um enorme tsunami com ondas enormes de sessenta metros, que varreram a ilha, destruindo a grande civilização minoica, ocasionado pela explosão do vulcão na ilha Terá a poucos quilômetros de Creta. Os remanescentes foram saindo em levas, aos poucos, no decorrer dos anos, espalhando-se por quase todo o Mediterrâneo, sendo conhecidos com muitos nomes, entre eles de povos do mar, que arrasaram o império Hitita. Os indo-europeus de Creta lutaram contra os dórios, que ocupavam o Peloponeso, e Platão confundiu os cretenses com os atlantes, que se originaram de Ahtilantê, em Capela, dando início à lenda do continente perdido de Atlântida.

KEMET (EGITO) –– 3600 a.C.
O Iterou – Rio Nilo
Uma das regiões que se tornaria de suma importância para o desenvolvimento da cultura, tecnologia e civilização mundiais seria a compreendida pelo Egito, outro local que fora escolhido para a imersão na matéria dos espíritos capelinos. Seriam nessas longínquas plagas que essas almas conturbadas estabeleceriam uma civilização monumental, de proporções absolutamente grandiosas.

Por volta de 3.600 a.C., os espíritos superiores determinaram que os alambaques levassem para aquelas plagas, com o intuito de desenvolverem o Kemet (Egito), vários grupos de sumérios.

Alguns desses grupos foram dizimados pelo caminho e outros foram desviados, motivo pelo qual acabaram estabelecendo-se em outros lugares. No entanto, três deles chegaram ao vale do Iterou e fundaram uma civilização, gradativamente, sem violência ou conquistas sangrentas. Um dos grupos se localizou em Ahmar, perto de onde está a cidade que se conhece hoje pelo nome de Cairo. Os outros dois se instalaram no sul e fundaram Nubt, conhecida hoje como Naqada.

A ERA DOS DEUSES
Durante um largo período de tempo, conhecido como a Era dos Deuses, os capelinos implementaram alterações estruturais, tecnológicas e, sobretudo culturais que, fundindo-se com os milenares e primitivos costumes hamitas, vieram a constituir a famosa civilização egípcia. O grupo de Ahmar fundou as cidades de Perouadjet, também conhecida como Buto, e Zau, conhecida como Sais. Enquanto isto, no sul, os dois grupos fundidos de sumérios fundariam a cidade de Ouaset, também conhecida pelo nome grego de Tebas.

Muitos dos capelinos degredados ficaram famosos por seus atos, que se tornaram lendas dessa época. Dois deles foram Aha Harakty, mais conhecido como Rá ou Ré, e seu pai, Ptah, que se notabilizou por suas obras de contenção e desvio do rio Nilo.

Além deles, os integrantes de um enorme grupo de capelinos degredados tornaram-se conhecidos como deuses da antiguidade, entre eles Amon, o lugar-tenente de Rá. No entanto, ninguém se tornou mais conhecido e amado pelo povo de Kemet do que Osíris.

Osíris foi rei do Kemet e, durante sua profícua administração, o povo pobre e abandonado, os felás, teve a oportunidade de possuir um pedaço de terra para cultivar, além de receber subsídios, ensinamentos e investimentos na primeira grande reforma agrária do mundo. Osíris era um capelino que viera em missão sacrificial junto a Isis, sua eleita do coração e futura esposa e rainha. O amor desses dois seres seria conhecido no mundo inteiro como a lenda de Osíris e Isis. Infelizmente, essa bela história de amor terminou tragicamente, pela vilania de seu meio-irmão, Seth, o terrível, que, na tentativa de assassinar Osíris, levou-o à tetraplegia, após desfechar-lhe um golpe na nuca.

Set, também chamado Setesh, Sutekh, Setekh ou Suty, eventualmente também grafado Seth, era considerado um deus egípcio da violência, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, da escuridão, das tempestades, dos animais e serpentes. Set fazia de tudo para conseguir o controle dos deuses e ficar no lugar de seu irmão Osíris.

Seth, sob a influência de um alambaque e de seu braço-direito, Aker, conturbaria o reinado com uma guerra civil sangrenta, que terminaria por dividir o Kemet em três reinos: dois no delta, chamados de Baixo Egito, com capitais em Perouadjet e Djedu, e um no Alto Egito, com capital em Teni.

Os administradores espirituais determinaram que o Kemet seria coordenado por Kabryel (posteriormente conhecido na Bíblia como anjo Gabriel), e que os alambaques teriam papel preponderante no desenvolvimento daquela civilização. Assim, com muitas lutas, marchas e contramarchas, a cultura foi implantada no Kemet.

Muitos capelinos renasceriam ali e se tornariam deuses, como Rá, Ptah, Sakhmet, Tefnu e Osíris, este último o mais doce dos seres daquela conturbada era dos deuses. Após terríveis momentos de guerra fratricida, o Kemet foi desmembrado, e se tornou As Duas Terras.

Seria preciso que aparecessem heróis truculentos como Zekhen, o Rei Escorpião, e Nârmer, seu filho e sucessor, para unificarem novamente o Egito que Aha (Rá), unira. Aventuras repletas de guerras, combates, traições e ardis, finalmente, levaram à união do Kemet - o Egito - numa grande nação de monumentos tão portentosos que nem o tempo foi capaz de apagar.

Os espíritos superiores tinham, entretanto, outros planos para implementarem a civilização na Terra, e seria por meio de grandes migrações que isso seria feito.


Mesmo depois de dois mil anos do degredo dos capelinos no planeta Terra, a civilização ainda estava estagnada. Esta havia dado um salto inicial, mas, após certo tempo, tornara-se novamente imobilista. Os administradores espirituais iniciaram, então, uma série de movimentos migratórios na Terra, com o intuito de mesclarem povos, raças e, sobretudo, culturas e tecnologias. Assim, iniciou-se, por volta de 1.800 a.C., um enorme movimento migratório em todo o planeta, o qual alcançou todos os rincões deste globo.